Dentro de mim havia uma alegria pela conquista, e também o peso muito desafiador, em meio ao qual eu me senti muito sozinho e tive falta de amigos com quem compartilhar aquele fardo pesado e aquela dor. Eu não tinha um amigo que pudesse me animar com uma palavra de fé, que trouxesse esperança ao meu coração. Eu senti essa ausência, a qual se tornou significativa para mim. Foi em meio a essa circunstância não qual eu percebi que me faltava algo importante: AMIGOS.

Foi então que decidi chamar as pessoas que eu considerava, e por serem as mais próximas. Chamei o Ap. Tame, a Apa. Joana, o Ap. Paulo e Apa. Marina, o Pr. Elias e Ângela, Pr. Christian e mais alguns outros pastores. A reunião foi marcada no Peniel onde nos sentamos para comer juntos, e fizemos um churrasco. Quando estávamos à mesa, comecei a compartilhar com eles a situação que eu estava vivendo naquele momento. Fui abrindo o coração aos poucos, de forma descontraída e bem agradável, era um peso que estava sendo compartilhado. Eles levantaram um clamor em meu favor. Estes amigos ministraram ao meu coração e profetizaram sobre a minha vida. Depois daquele momento, e me senti profundamente bem e fortalecido. 

Esse encontro foi tão bom e feliz que então nasceu a ideia de continuar fazendo, uma vez por mês, essas reuniões de amigos. Fiz o segundo, depois o terceiro, até que, gradativamente, começamos a realizar essas reuniões nas igrejas dos outros pastores. Depois de algum tempo, começamos a chamar outros pastores, sempre na mesma intenção, sentar pra comermos, conversarmos e motivar uns aos outros. Entendo, que alguns pastores nos visitaram uma ou algumas vezes, mas suas agendas no impossibilitam, eu entendo! E, continuo com a mesma intenção da primeira reunião, ter amigos, ser ajudado e ajudar os pastores que estão atravessando momentos difíceis, como eu passei. 

Como disse, as agendas foram ficando apertadas, e como queria que todos os Amigos viessem a reunião do RAM, fomos espaçando as mesmas. Então, começamos a fazer a reunião a cada dois ou três meses. Dois anos depois realizamos juntos uma Marcha pra Jesus, porque alguns pastores estavam tentando fazer, mas não estavam conseguindo fazê-la. Me juntei a esses pastores amigos, e junto fizemos uma Marcha para Jesus, com uma quantidade expressiva de participantes.

Depois, realizamos uma segunda Marcha para Jesus com aqueles que participavam das reuniões de amigos ministeriais (RAM). 

Durante os anos de 2018 e 2019, a reunião de amigos começou a tomar forma, e no final de 2019 se juntaram a nós pastores das Assembléias de Deus, de Igrejas Batistas e várias outras denominações. A medida que esses amados vinham, eles começaram a chamar outros pastores e então a reunião começou a tomar novas proporções. Em 2020, veio a pandemia do Covid-19, as agendas que eram empecilho pra nos reunir, foram canceladas. E, foi a oportunidade que tivemos de um crescimento extraordinário. 

O RAM tem se expandido pela região de Kanto (Kanaga- wa, Tóquio, Tochigi, Saitama, Ibaraki e Gunma), e aqui na região de Chubu já chegamos a Suzuka, que tem sido o ponto mais distante aqui na região desde que começou o RAM. Vieram se juntar a nós pastores japoneses, brasileiros, e de diversas nacionalidades.

Deus me deu um sonho, e nele estávamos com muitos pastores concentrados em um lugar fechado, e de repente houve um grande quebrantamento acompanhado de muito choro. Quando eu vi esse mover de choro e quebrantamento, eu entendi que Deus desejava através do RAM, promover restauração e cura entre os pastores. Depois de alguns dias, enquanto tomava café e conversava com um discípulo pastor que é bem próximo de mim, eu Ihe contei o sonho que havia tido. Com muita seriedade, o pastor me disse naquele momento que o RAM não seria mais apenas uma Reunião de Amigos Ministeriais, mas uma ferramenta de Restauração de Amigos Ministeriais. Restauração de amizade.

Confesso que naquele momento ficou muito claro o que Deus queria fazer na nossa unidade de pastores do RAM. Foi ali que eu percebi que Deus tinha algo maior e mais profundo a fazer na vida dos pastores por meio de seus próprios amigos ministeriais. À partir daquele momento, foi tornando-se cada vez mais claro o mover restaurador de Deus entre os amigos ministeriais, promovendo cura e libertação entre os pastores.